
Feijoada, acarajé, açaí, pequi, churrasco. São apenas algumas das iguarias que fazem parte do nosso dia a dia e representam a culinária popular brasileira ao redor do país e do mundo.
Um importante elemento da identidade nacional. A culinária popular é transmitida de geração em geração e se manifesta na variedade de ingredientes, técnicas e sabores encontrados na culinária brasileira.
É uma forma de expressão cultural que une as pessoas e que nos permite conhecer e valorizar as riquezas da nossa história e cultura.
Características da culinária popular
- Acessibilidade:
- Ingredientes acessíveis a todos os bolsos.
- Preparo simples, que dispensa técnicas culinárias elaboradas.
- Identidade Cultural:
- Receitas que refletem os costumes e ingredientes locais.
- Pratos típicos que contam a história, as tradições e memórias afetivas.
- Diversidade:
- Variações regionais, com adaptações de acordo com os ingredientes e costumes de cada local.
- Influência de diferentes culturas, que enriquecem a culinária popular.
- Comida de Rua:
- Uma característica marcante da gastronomia popular, com barracas e food trucks que oferecem uma variedade de delícias.
- Comida prática, ideal para quem busca uma refeição rápida e autêntica.
- Comida Caseira:
- O coração da gastronomia popular, com receitas que unem a família e os amigos em torno da mesa.
- Pratos que resgatam memórias afetivas.
Exemplos da culinária popular no Brasil
O Brasil é um país gigantesco, por esse motivo, os pratos típicos da nossa gastronomia variam de região para região.
Norte
Tacacá, pato no tucupi, maniçoba, açaí. A culinário nortista, reflete a influência da cultura indígena e a rica biodiversidade da Amazônia.
Para a surpresa de muitos, o açaí, aliás, o verdadeiro açaí, é consumido de maneira diferente dos outros lugares do país. Sem adição de açúcar e geralmente acompanhando peixe e farinha.
Por falar em peixe, o pirarucu, tucunaré e tambaqui são alguns peixes de água doce que compõe a base de muitos pratos.
Os pratos do Norte também são repletos de ervas e temperos. Jambu, chicória e coentro estão presentes em muitos preparos para realçar o sabor.
Você pode conhecer muitos elementos típicos da cultura nortista no famoso Mercado Ver-o-Peso (Belém) e Adolpho Lisboa (Manaus).
Nordeste
Acarajé, baião de dois, moqueca, tapioca, cuscuz. A culinária nordestina é vibrante e calorosa, assim como o clima da sua região.
Seus ingredientes mais marcantes são os frutos do mar, leite de coco e o indispensável azeite de dendê presente em muitas receitas.
Faz sucesso entre os turistas que, frequentemente vão as feiras de rua e mercados locais para experimentar iguarias como o acarajé, um bolinho de feijão-fradinho frito no azeite de dendê, recheado com vatapá, camarão e vinagrete.
Já o Baião de Dois por sua vez, é um prato que leva arroz com feijão, queijo coalho, carne de sol e temperos. Se tornou popular em outras regiões do país.
Em algumas capitais nordestinas, também é possível encontrar restaurantes renomados, que transformam ingredientes tradicionais em pratos sofisticados.

Centro-Oeste
Arroz com pequi, sopa paraguaia, caldo de piranha. A gastronomia local do Centro-Oeste é marcada por pratos fartos. Além de herdar influências de alguns países vizinhos como o Paraguai e a Bolívia.
O Pequi, fruto nativo da região Centro-Oeste, também conhecido como o “Ouro do Cerrado” possui um sabor bem característico e marcante. Devido a presença de espinhos na sua polpa, é importante saber consumi-lo corretamente. É o ingrediente principal de pratos tradicionais como o arroz com pequi e a galinhada.
Além disso, a culinária se divide entre a carne bovina e peixes de água doce, abundantes na região. Tais elementos dão origem a pratos saborosos como Arroz Pantaneiro, a Vaca Atolada (um prato típico tanto de Minas Gerais quanto do Centro-Oeste) Pacu assado ou frito e Mojica de Pintado.
Sudeste
Virado à paulista, feijão tropeiro, moqueca capixaba, pastel de feira. O Sudeste é a região com a maior diversidade culinária do Brasil.
Isso porque possui o maior percentual de habitante de outros estados. Além de ter uma forte influência internacional, especialmente no estado de São Paulo.
A região Sudeste também é o berço da culinária caipira, com origem das tradições sertanistas do período colonial.
São iguarias de raízes rurais preparas no fogão à lenha. São pratos fartos, ideais para compartilhar com a família e os amigos. Marcantes pelo sabor caseiro e que encantam pela simplicidade e sabor autêntico.
Por outro lado, a influência da culinária típica estrangeira também deixou sua marca com a introdução de pratos como de hamburguers, pizzas, hot dogs, sushis e esfirras.
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Sul
Churrasco, arroz carreteiro, barreado, pinhão. É comum associarmos a culinária da região Sul à forte presença de carnes, especialmente o tradicional churrasco gaúcho. Além de algumas influências europeias, principalmente alemãs e italianas.
Além do mais, as baixas temperaturas do Sul, inspiram uma culinária que valoriza o calor do fogão à lenha. Os pratos sulistas são convidativos para compartilhar em família.
O Pinhão, a semente da araucária é um ingrediente típico da região, principalmente no estado do Paraná. Muito popular na época de Festa Junina. Pode ser servido cozido, como petisco e um pouco de sal ou adicionado em receitas.
Por último, as influências italianas e alemãs são evidentes na variedade de massas e pães a polenta e a cuca.
Outros pratos populares da culinária brasileira
Apesar da influência de ingredientes regionais, alguns pratos da gastronomia popular são consumidos em vários lugares do país:
- Feijoada: Certamente é o prato mais icônico do Brasil. Consiste num ensopado de feijão preto com diversas parte do porco e outros ingredientes, servido com arroz, farofa, couve e laranja. Sua origem marcada com raízes culinárias dos escravizados, tornou a feijoada um prato nacional.
- Coxinha: Um salgadinho frito, feito com massa de farinha de trigo, recheado com frango desfiado e outros ingredientes. Pode ser encontrada em outras variações, como a massa de batata ou mandioca e recheios de carne, queijo ou camarão. A coxinha é muito popular em bares, lanchonetes e festas.
- Tapioca: Feita com a fécula da mandioca e de sabor neutro. Pode ser consumida recheada com queijo, carne, frango, camarão, legumes ou frutas. A tapioca é um prato típico do Nordeste brasileiro, mas é encontrado em diversas partes do país.
- Brigadeiro: Um doce brasileiro feito com leite condensado, chocolate em pó e manteiga é enrolado em bolinhas e polvilhado com granulado. O brigadeiro é popular especialmente em festas de aniversário.
- Pão de queijo: A iguaria típica de Minas Gerais, é um pequeno pão assado feito com polvilho e queijo. Um acompanhamento perfeito para o café da manhã ou um lanche da tarde.
- Pudim de leite: Uma sobremesa clássica da culinária brasileira. O pudim é um doce de textura cremosa, feito a base de leite e acompanhado de calda de caramelo. É muito apreciado em almoços de família e ocasiões especiais.
- Bolo de cenoura: Sua origem é incerta. Mas é um bolo amado por sua simplicidade e sabor caseiro. Sua combinação exótica de massa fofinha à base de cenoura e cobertura de chocolate, fez desse bolo uma das receitas mais amadas do Brasil.
- Bolo de fubá: Com suas raízes na cozinha caipira, o bolo de fubá é uma receita relativamente fácil de preparar. Com sabor adocicado e suave, é tradicionalmente consumido no café da manhã ou da tarde, principalmente como acompanhamento do café preto.
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A culinária popular e o turismo
O principal objetivo da culinária popular é preservar a essência cultural de uma região, associada aos ingredientes nativos e produzidos localmente.
Essa valorização que beneficia tanto a saúde quanto a sustentabilidade, pode transformar a culinária num importante atrativo turístico.
Capaz de conectar os visitantes com a história e os valores locais, por exemplo, com a degustação de comidas típicas ou a forma como alguma receita é preparada.
Afinal, a busca por experiências autênticas tem sido uma das principais motivações contemporâneas, longe dos clichês turísticos.
A comida é algo conectado ao nosso lado afetivo. Experimentar uma boa comida é um verdadeiro presente após descobrir um destino.
Consequentemente, a relação entre a culinária popular e o turismo pode impulsionar a economia local, gerando oportunidades de emprego e renda para pequenos produtores, agricultores familiares e restaurantes tradicionais.
Promovendo um ciclo de preservação cultural rica e o desenvolvimento sustentável.
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