
Em vista da crescente procura por novas combinações de sabores e aromas, o turismo gastronômico tem se tornado uma das principais motivações para viajar.
Mais do que uma experiência sensorial para agradar o paladar. A gastronomia é uma imersão cultural que preserva a história e as tradições de uma cidade ou região.
Além disso, esse mercado movimenta R$250 milhões por ano. O que reflete significativamente na economia e geração de empregos.
O estado de São Paulo é literalmente um prato cheio para o turismo gastronômico. Isso porque, a região com 645 municípios, possui cerca de 22% da população brasileira. Liderando o primeiro lugar na lista de estados do Brasil por população.
Ao mesmo tempo, São Paulo possui um grande percentual de habitantes originários de outras regiões. O que naturalmente enriquece a diversidade culinária e novos negócios no segmento da gastronomia em todo o estado.
A cultura da culinária Paulista
O estado de São Paulo é representado por diferentes influências culinárias, nacionais e internacionais. Carrega um pouquinho de cada cultura e cada região apresenta suas particularidades e costumes.
No interior, berço da famosa ‘Culinária Caipira’, tem origem das tradições Bandeirantes (os sertanistas do período colonial). Estes que, quando partiam para desbravar o sertão, levavam consigo pratos que pudessem resistir a longas expedições.
Um exemplo, é o Virado à Paulista, que recebeu esse nome, pois, com o balanço das andanças os ingredientes ficavam revirados. Hoje o prato é reconhecido como patrimônio imaterial do estado de São Paulo. Certamente, o tempero da comida caipira, é indiscutível.
Na capital, além dos pratos que representam a ‘acelerada’ cultura paulistana como, o lanche de mortadela, coxinha e bauru. Também é notável a presença da culinária típica estrangeira de hambúrguers, sushis, esfirras e pizzas.
Atualmente 4 pizzarias de São Paulo estão entre as melhores do mundo. Uma delas, a Laggera Pizza Napoletana eleita a melhor pizzaria artesanal da América Latina.
No litoral, a culinária caiçara destaca-se com a presença da moqueca, a variedade de frutos-do-mar e os peixes típicos da região. Além disso, as influências portuguesas presentes no Arroz de Braga e bolinho de bacalhau, também estão entre as iguarias mais apreciadas.
Agora que você conhece um pouco das características da culinária Paulista. Apresentamos 5 destinos imperdíveis para planejar o seu próximo roteiro gastronômico no interior de São Paulo.

1. Cunha: Pinhão, Shiitake e o Caminho do Ouro
Cunha é uma das principais produtoras de pinhão do país. Por esse motivo ganhou até um festival, que acontece em abril e celebra as receitas produzidas com a semente da araucária. Quem também ganhou destaque, foi o cultivo de Shiitake. Portanto, é comum encontrar essas duas iguarias em restaurantes da cidade.
Cunha também faz parte do roteiro ‘Caminho Velho‘ ou ‘Caminho do Ouro’ que liga Ouro Preto, Minas Gerais ao município de Paraty, Rio de Janeiro. Esse caminho surgiu quando os portugueses transportavam ouro e diamante entre as duas regiões.
► Quanto custa alugar carro para Cunha, São Paulo
Faz parte da rota turística Estrada Real, com a finalidade de valorizar o patrimônio histórico cultural.
É muito procurada por aqueles que apreciam viajar de carro, enquanto conhecem a história e contemplam belas paisagens. O Caminho Velho é repleto de restaurantes e cafés, o que acaba se tornando um verdadeiro circuito gastronômico.

2. São Roque: Terra do vinho
Em meio uma área montanhosa, São Roque, fundada por Pedro Vaz de Barros, seguido pela formação dos primeiros povoados, deram início ao cultivo de trigo e uva.
Tempos depois, imigrantes italianos e portugueses, fixaram residência e instalaram os seus vinhedos nas encostas dos morros. Com condições de clima e solo favoráveis, o crescimento da vitivinicultura na região transformou São Roque na ‘Terra do Vinho’.
A cerca de 60 km de São Paulo, São Roque possui o título de Estância Turística, status concedido a municípios que dispõe de características históricas, culturais, além de infraestrutura e serviços no âmbito turístico.
Com clima serrano e hospitaleiro, é um deleite para os apreciadores do enoturismo. Para isso, o Roteiro do Vinho é um guia completo com as principais vinícolas abertas para visitação, além de outros estabelecimentos que fazem parte do circuito.

3. Campos do Jordão: culinária sofisticada
Conhecida por seu clima ameno e romântico, Campos de Jordão, na Serra da Mantiqueira, dispõe de uma experiência que combina pratos sofisticados, acompanhados de um vinho e ambiente acolhedor.
Não é por acaso que a “Suíça Brasileira” como é popularmente conhecida, oferece restaurantes com uma gastronomia de influências europeias.
Na Vila Capivari, centro turístico da cidade, é possível encontrar culinárias típicas alemãs, italianas, portuguesas e de origem Suíça, com o clássico Fondue.
A iguaria consiste numa mistura à base de queijos ou chocolate, aquecidos em um réchaud, que vai à mesa com pequenos acompanhamentos. O Fondue acabou se tornando umas das escolhas mais apreciadas dos jantares românticos.
Sob o mesmo ponto de vista, o turismo gastronômico é uma recomendação interessante para casais que gostam de se aventurar na gastronomia.

4. Atibaia: a Capital dos Morangos
O município de Atibaia, a cerca de 65 km de São Paulo, desfruta do título de Capital Nacional do Morango.
A referência da maior produtora do estado e o seu modelo de cultivo, movimenta a economia e as oportunidades de emprego na região. O reconhecimento ainda abre portas para o turismo rural e as promoções culturais da cidade.
A Festa das Flores e Morangos, realizada anualmente em setembro, promove a importância do trabalho no campo, além de gerar negócios entre produtores e consumidores.
O município que faz parte do Circuito das Frutas, oferece aos visitantes a possibilidade de conhecer fazendas produtoras de morango, para aprender como funciona, as variedades da fruta e degustação. Lembre-se de consultar os locais e horários de visita.
Em breve Atibaia ganhará o Parque Temático do Morango. O local com 1600 m² de construção e 9000 m² de área total, terá experiências tecnológicas e sustentáveis. O projeto já recebeu autorização para início das obras e promete ser um marco no turismo da cidade.

5. Bragança Paulista: linguiças artesanais
Por aqui, não é difícil encontrar lugares que vendem a legítima linguiça bragantina. Afinal, Bragança Paulista, a 89 km da capital, é a terra da linguiça artesanal.
A receita original, trazida da Itália pelo soldado Octávio Pereira Lente, em meados dos anos 40, era de fato simples, com pernil de primeira qualidade e tripa de carneiro importada, um pouco mais caro, no entanto, bem diferente das linguiças encontradas no mercado.
Por esse motivo, a qualidade da linguiça produzida por Sr. Octávio e a sua família, tornou-se um sucesso. Ao longo do tempo, novos produtores surgiram e em 2018, foi concedido ao município o título de Capital Nacional da Linguiça.
Com uma receita tão marcante, Bragança Paulista é um destino irresistível no seu roteiro gastronômico. Além do tradicional lanche feito no pão francês, é possível saborear a autêntica linguiça artesanal em pizzas, pasteis, coxinhas, massas e até no pão de queijo.

Saboreie o turismo gastronômico no interior Paulista
Apesar do turismo representar um conjunto de atividades de um destino. A comida é o que verdadeiramente nos conecta com a cultura. Através do paladar, conhecemos a diversidade de alimentos, a história, os costumes e o que a culinária representa para cada região.
Não importa o destino, em algum momento temos que nos alimentar. Portanto, quando escolhemos o turismo gastronômico, é indispensável que tenhamos uma mente aberta.
Mesmo que algo pareça estranho à primeira vista, podemos nos deparar com combinações que talvez nunca experimentamos antes. Além do mais, imprevistos podem acontecer e quando estamos dispostos a sair da zona de conforto, fica mais fácil adaptar os planos caso seja necessário.
Definitivamente o turismo gastronômico pelo interior de São Paulo, é cheio de surpresas. Do mais simples ao sofisticado, a culinária Paulista, combinada com a cultura de outras regiões, representa a capacidade criativa e as condições de se reinventar.